TURISMOLOGIA
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domingo, 5 de novembro de 2023
quarta-feira, 22 de abril de 2020
HISTÓRIA DA COMUNIDADE NEGRA DOS ARTUROS - Contagem
O quilombo surgiu com o negro Arthur Camilo Silvério. Embora Arthur vivesse no tempo da escravidão, ele era um homem livre, já que na época de seu nascimento (1880) imperava a Lei do Ventre Livre, a qual tornava libertos todos os cativos nascidos a partir de 1871. Mesmo sendo um homem alforriado pela lei, ele sofreu tanto quanto um escravo, pois não conseguiu, a priori, tirar o sustento da terra comprada pelo pai, por isso teve que trabalhar duro em varias fazendas, onde foi castigado, humilhado e colocado sobre a vigília de cães.
Um dia o seu pai faleceu. Artur quis presta-lhe as ultimas homenagens. Pediu permissão ao seu patrão. Insistiu quando este o proibiu de vê-lo, mas tudo o que conseguiu, foi levar um golpe no rosto com um instrumento de madeira. Isso foi o estopim, ele não suportou mais a vida de privação na fazenda. Fugiu, passando por diversos lugares. Trabalhou arduamente com a esperança de conseguir uma vida melhor. A fé e o esforço de Artur renderam-lhe fruto. Ele acumulou recursos e pode retornar a terra que herdou do pai. Viveu no local tranquilamente. Cuidado dos filhos adotivos e legítimos que tivera com sua esposa Carmelinda Maria da Silva.
Um dia o seu pai faleceu. Artur quis presta-lhe as ultimas homenagens. Pediu permissão ao seu patrão. Insistiu quando este o proibiu de vê-lo, mas tudo o que conseguiu, foi levar um golpe no rosto com um instrumento de madeira. Isso foi o estopim, ele não suportou mais a vida de privação na fazenda. Fugiu, passando por diversos lugares. Trabalhou arduamente com a esperança de conseguir uma vida melhor. A fé e o esforço de Artur renderam-lhe fruto. Ele acumulou recursos e pode retornar a terra que herdou do pai. Viveu no local tranquilamente. Cuidado dos filhos adotivos e legítimos que tivera com sua esposa Carmelinda Maria da Silva.
segunda-feira, 13 de abril de 2020
ZEZÉ LEONE – A curiosa história de uma Locomotiva.
https://anytamarques.blogspot.com/2020/04/locomotiva-zeze-leone.htm |
Zezé Leone é uma locomotiva a vapor, pertencente ao modelo Pacific (4-6-2) construída pela American Locomotive Company (Alco) em 1922, declara o jornal Trem de Ferro da ABPF-RJ. Só pelo fato de ser um veiculo antigo já chama a atenção, pois agrega um valor histórico, que proporcionaria a compreender a evolução do transporte ferroviário e a expor a mecânica adotada naquela época. Entretanto outros aspectos curiosos estão envolvidos nesta historia.
Em primeiro lugar é a origem.
Esse trem chegou ao Brasil através de uma visita inusitada. Segundo Cavalcanti,
foi o Rei Alberto I da Bélgica que, quando visitou essa nação, enviou a locomotiva
como presente pelo centenário da Independência. Outro fato instigante é a explicação
do apelido, pois Zezé Leone foi o nome da primeira Miss Brasil eleita em 1923.
De
todas as jovens que conquistaram o titulo de Miss Brasil, Zezé Leone foi a mais
icônica. Recebeu homenagem em letra de marchinha; deu nome a uma rua e perfume, participou do filme “Sua Majestade, a Mais Bela”, do
estúdio Botelho Films; dentre outros trabalhos publicitários. Também ganhou um doce com o seu nome. A receita pode ser conferida no link: https://charlelitoreceitas.blogspot.com/2020/04/doce-zeze-leone.html
Segundo
Cavalcanti, a locomotiva, ao ser integrada a frota da Estrada de Ferro Central
do Brasil (EFCB), recebeu o nº 370. Foi utilizada no transporte noturno de
passageiros de Cruzeiro do Sul, o Rio de Janeiro e São Paulo. Seu principal
maquinista foi Carlos Pereira da Rocha. Ele era o responsável pela linha entre
Rio e São Paulo. Em sua memória relata que quando os residentes do subúrbio
carioca ouviam os apitos, corriam para a janela ver a passagem do trem. Era o
próprio maquinista responsável por cuidava da limpeza do veiculo. Ele fazia
questão por conservar o metal sempre lustroso. Aproveitava os momentos em que a
maquina estava parada e chamava os filhos para ajuda-lhe na limpeza.
Oliveira
conta que em 1968 a locomotiva ficou inoperante. Estava fardada a virar sucata
como o resto dos maquinários da Central do Brasil e assim ficaria perdida para
sempre. Entretanto houve intenção de recuperar o patrimônio. O que demorou a
ser posto em pratica.
Esta
foi uma saga a parte. Conforme Oliveira como demorou a iniciar o projeto, as
principais peças de bronze foram retiradas e guardadas em caixotes. Essa terminou
sumindo, quando o deposito foi fechado nos anos 90.
Esquecida,
exposta na frente do deposito, acabou sofrendo com a ação do tempo. Ficou anos sem
proteção que impedisse sua continua ruína.
Em
1991 no jornal Trem de Ferro da ABPF-RJ exprimiu preocupação com a degradação
do patrimônio e cogitou uma possível restauração no futuro. Segundo a matéria, a
Associação Brasileira de Preservação Ferroviária recomendou a construção de uma
cobertura ou a deslocamento da locomotiva para o interior do Depósito.
Conforme
fontes de Oliveira, no ano 2002, a MRS e os aposentados a retiraram do lugar e
a guardaram no interior, onde ficaria protegida. Só em 2005 foi redescoberta,
quando o pesquisador Sergio Martire fazia o inventário das locomotivas a vapor
para Notícia & Cia.
Com esse trabalho foi proposto à recuperação. O projeto foi levado ao
Ministério da Cultura em 2007. Nesse a MRS Logística prometeu disponibilizar
recurso para o restauro. A recuperação começou em 2008.
Apesar
do excelente trabalho da equipe de restauradores, a locomotiva não está sendo
usada para passeios turísticos. De fato isso é um desperdício de um bem de
grande potencial. Ela deveria render recursos para pagar o dinheiro gasto com o
restauro e gera renda para o município.
Conclusão
A
história dessa locomotiva é um exemplo do que acontece com muitos dos patrimônios
no Brasil. Já que, apesar do reconhecimento de ser um bem importante, e do
alerta pela necessidade de restauração, deixou-se deteriorar por um longo
tempo. Certamente os recursos utilizados foram maiores do que se tivesse
iniciado o projeto antes, quando ainda a deterioração não era menor.
Faltamente
isso poderá levar a uma nova degradação do patrimônio e talvez a perda total. Já
que os recursos adquiridos pelo uso, uma parte deveriam ser revertido na sua manutenção.
Se não há a utilidade, não tem como manter a preservação desse atrativo.
Enfim
atrativos turísticos não devem ser pensados como meros enfeites para cidades e
sim como geradores de renda e emprego.
Referências
Bibliográficas:
Artigo sobre a locomotiva Zezé Leone no jornal “Trem de
Ferro”, da ABPF-RJ, em 1991.
CAVALCANTI, Flavio, Locomotiva Zezé Leone disponível em: http://vfco.brazilia.jor.br/locomotivas/vapor-EFCB-Estrada-de-Ferro-Central-do-Brasil/pagina-29-locomotiva-Alco-Pacific-370-Zeze-Leone.shtml
CAVALCANTI, Flavio, Locomotiva Zezé Leone: história,
recuperação e projeto turístico, disponível em: http://vfco.brazilia.jor.br/atualizacoes/2013-07-22-projeto-turistico-locomotiva-Zeze-Leone.shtml
OLIVEIRA, Andreia, A Imponente Zeze Leone, disponível em:
http://deianarede.blogspot.com/2012/06/imponente-zeze-leone.html
O processo recuperação esta registrado nesse site.
Pintura de Ana Paula Marques Soares. Link: https://anytamarques.blogspot.com/2020/04/locomotiva-zeze-leone.html
Pintura de Ana Paula Marques Soares. Link: https://anytamarques.blogspot.com/2020/04/locomotiva-zeze-leone.html
terça-feira, 31 de dezembro de 2019
OURO PRETO
Certamente Ouro Preto é a cidade histórica mais famosa do Brasil. Foi o primeiro bem material do nosso país a obter o titulo de Patrimônio Mundial da Humanidade. Por isso esperava que fosse um exemplo na área do turismo. Entretanto decepcionei quando fui visitar o município no inicio deste ano. Os museus estavam fechados e a maioria das igrejas também. Isso em pleno feriado. Como pode uma cidade tão importante não oferecer nenhum atrativo aos visitantes? Ainda mais numa época em que está lotada de turista? Nosso passeio só não foi um desperdício porque conseguimos visitar o Morro da Forca e a Mina de Chico Rei.
O morro da forca
Está localizado no centro histórico do município, perto do Museu da Farmácia. Esse espaço foi utilizado no século XVII até o XIX, para executar os condenados pela justiça.
Basicamente o atrativo é composto por um portão de ferro, muro de pedra, uma escadaria com mais de 100 degraus e o resto de uma forca. Mais o maior destaque é sem duvida a paisagem. A vista panorâmica e, sem duvida, maravilhosa. Ali é possível visualizar alguns dos principais bairros do Centro como o Pilar, Rosário e Antonio Dias.
Na atualidade o local é também utilizado como heliporto e para a realização de festas.
Mina do Chico Rei
Mina do Chico Rei
Primeiramente preciso avisar que o local é de difícil
acesso. As ruas do entorno são estreitas, cheias de curvas. No dia em
que visitamos havia muito movimento de veiculo. Resultado, não
conseguimos encontrar estacionamento e nem manobrar direito. Tivemos que
retornar e parar em outro lugar. Seguimos a pé até o local. Aconselho a
fazer o mesmo e não arriscar encontrar estacionamento por perto.
Fora este problema, eu recomendo a visita, principalmente porque é um testemunho de como viviam os negros na época da extração de ouro.
Embaixo está a senzala que foi transformada em
restaurante e recepção. No local há uma exposição de objetos usados para
prender os escravos, bigorna, lampião, maquina de costura etc.
O terreiro, onde encontra a mina, hoje é um espaço bem agradável e decorado. Completamente diferente do ambiente precário dos tempos colonial.
Num
dos cômodo encontra-se um fogão antigo.
Segundo a tradição oral, a mina pertenceu a Chico Rei.
Sua historia é bem popular, pois relata o destino de um rei, que foi
escravizado, levado para Minas Gerais. Aqui ele comprou a sua liberdade e
se tornou rico com a mineração de ouro.
A mina possui a área total de 8 km² com 175 galerias abertas. Foram escavadas em três níveis de profundidade, mas apenas 325 metros contém iluminação.
O ouro era encontrado entre os veios de quartzo. O quartzo formava listras brancas na parede.
O material retirado era depositado e colocado em buracos chamados de buchos. Essas aberturas tinham a função de estimular os escravos extrair a maior quantidade de ouro possível. Funcionava da seguinte maneira. Cada escravo tinha o seu e depositava o material colhido nele. No final do dia, os alimentos eram distribuídos de acordo com a quantidade de material extraído da mina. Se tivesse pela metade, ganhava meia tigela. Daí surgiu essa expressão. Se enchesse totalmente, conseguia uma refeição completa. Assim surgiu o termo bucho cheio. A refeição era uma espécie de angu feita à base de água, fubá e sal.
Em cima há os nichos, onde se colocavam a madeirinha de lei revestida de óleo de baleia. Essa era incendiada e serviam para a iluminação. Obviamente que a fumaça, mais o resíduos da mineração, poluíam o lugar dificultando a respiração. Por isso muitos dos negros morriam de doença pulmonar entre ao 20 a 25 anos.
As condições de trabalho eram realmente péssimas. Na medida em que iam abrindo novas galerias, os escravos corriam o risco de morrer pela falta de oxigênio. Para não perder homens eram usados pássaros preso em gaiolas. Quando esses morriam indicava que o oxigênio diminuiu e deveriam sair do local.
As somas do barulho das ferramentas trabalhando continuamente provocava surdez. Além no mais, havia risco de desabamento ou das batidas lançarem fragmentos causavam cortes e cegueiras. Para tratar dos machucados usavam sal, água, limão, vinagre ou cachaça.
A mina olhada de entro para fora já dá uma noção do quando o ambiente era claustrofóbico. Logo na entrada é possível percebe o quando as paredes eram estreitas, mas há locais onde se torna ainda mais apertado. Por isso os escravos que trabalhavam dentro da mina não deveriam exceder a altura de 1,60 cm. Quem passava desta medida era redirecionado para outros serviços, como capitão do mato, capataz ou usado no trabalho domestico como carregar liteiras das sinhas. Os escravos que conviviam com as mulheres eram castrados. Os meninos se tivesse tendência a serem altos, eram castrados. Deste modo não cresciam.
Nas paredes também eram extraídos as cores usadas na tintura, pintura e maquiagem da época. Os pigmentos encontrados nas rochas eram variados. Nelas poderiam ser encontrados tons de base, marrom, amarelos, roxo, azul e cinza.
O fluxo de água, encontrado ao lado, servia como sistema de lavagem. Colocava-se canaletas com couro de boi, a pressão da água vai retirar a sujeita deixando o ouro. Entretanto os resíduos menores permaneciam. Para retirar as partículas menos, coloca-se o couro do boi para secar, depois os pendura e dava pancadas de um lado a outro. Essa ação originou a expressão dar no couro.
Após esta visita fomos atrás do carimbo para registra o nosso passeio.
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